sábado, 7 de novembro de 2009

" Porque é que é tão difícil crescer?"

Tenho um nó na garganta que não é figurativo, é real. Instalou-se aqui, qual senhor de si mesmo, e não diz quando vai embora, nem diz se vai. Dei-lhe um nome: chama-se Saudade.
Dos laços, da cor, da alegria, das asneiras, dos dias, da ingenuidade, da irresponsabilidade inocente. Da chama de uma magia que apagou.
Mas eu não posso ficar para sempre criança...
"If I turn into another dig me up from under
What is covering the better part of me
Sing this song (sing this song)
Remind me that we'll always have each other
When everything else is gone."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Silêncio.

Silêncio,
De acordes absurdamente sonoros de paz,
De notas soltas de uma guitarra calada,
De trechos de uma música nunca cantada.
Silêncios que juntam todas as palavras, que conjugam todos os verbos.

Silêncio,
Para calar o eco ensurdecedor do demasiado.

(demasiado ruído, demasiadas vozes)

E assim em silêncio,
nota a nota,
sílaba a sílaba,
constróis o dó-ré-mi da tua própria melodia.






sábado, 31 de outubro de 2009

seis e vinte e nove

É cedo, muito cedo. O comboio das 6 e 29 é dos antigos, das janelas pequeninas. Não gosto, mas as janelas são inúteis a esta hora do dia ( da noite?).
As mulheres que entram em Recarei-Sobreira, exactamente três minutos depois de eu ter fechado os olhos, destroem qualquer vestígio do silêncio matutino; são tantas, falam demasiado alto e demasiado agudo. Conhecem-se todas umas às outras e sentam-se sempre nos bancos de quatro, umas perto das outras, para poderem discutir, durante os 37 minutos da viagem, sobre o que cozinharam para o jantar, as compras que fizeram, o preço do quilo do arroz, a vindima de 1987. Afinal, foi só durante os primeiros dez minutos, o resto do tempo é para falar da vida da vizinha.
A minha mãe vai comigo, mas já está mais habituada, às vezes acho que é ela a mais nova. Consegue manter um discurso coerente e até animado com uma amiga sobre as eleições. A esta hora, se eu abrir a boca, só vai sair disparate. Prefiro ficar calada com a cabeça encostada à janela, baba quase a escorrer, embrulhada de negro, com frio nas pernas.
O comboio das 6 e 29 é o meu maior trauma. O comboio das 6 e 29 faz-me pensar na vida.
Fechei os olhos, já não ouço as mulheres de Recarei, o discurso da minha mãe perdeu sonoridade. Estou desconfortável, esta viagem está a ser muito lenta.
E depois, o costume. A voz da minha mãe voltou a aumentar de tom e agora está a chamar por mim, chegamos. Merda de vida, adormeço sempre só em Campanhã.
Ajeito a saia, traço a capa. São 7 e 10 e atravesso os Aliados, já com um sorriso. O comboio das 6 e 29 ficou para trás. Afinal, a única coisa boa que tem é que voltou a trazer-me onde eu pertenço. A partir de agora, tudo faz mais sentido.

sábado, 17 de outubro de 2009

Sou como as ondas do mar,

Ninguém me pode agarrar.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Foi de repente.

Já não vestimos de azul.
Já não usamos sapatilhas coloridas.
Já temos todos padrinhos e madrinhas.
Já fomos à serenata.
Já temos uma semente no bolso do lado do coração.
Já passou a quinzena.
Já vestimos de preto dias e noites seguidos.
Já rasgámos dezenas de meias.
Já ouvimos bocas. “ Menina, também fiquei viúvo”. E já sabemos responder.
Já abafámos risos, já limpámos lágrimas.


Já fomos, já somos, ainda seremos. Até ao fim, seja ele quando for.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009



"Nunca quis saber
Nunca quis acreditar
Que irias partir
Não podias cá ficar
Nunca quis escutar
E muito menos quis ouvir
O teu silêncio que avisava
A intenção de não voltar"



Não foi escrita por mim, mas podia ter sido.

sábado, 3 de outubro de 2009

Um projecto em que acredito.


O amor por esta terra, o gosto pelo desenvolvimento sustentado, fazer bem as coisas que tem de ser feitas, fez com que este grupo de pessoas se unisse, para devolver Fonte Arcada a todos os fontearcadenses.
Está na hora de privilegiar a experiência e a honestidade. Está na hora de, de uma vez por todas, castigar quem tanto errou e mudar. Fonte Arcada não precisa mais dos autarcas inexperientes e desonestos, criticados abertamente nos principais órgãos de comunicação do concelho e do distrito, que transpareceram uma péssima imagem da nossa freguesia.

Fazer do voto um voto em Fonte Arcada. Vota Domingos Campos, vota PS.
POR AMOR A FONTE ARCADA.