terça-feira, 30 de junho de 2009

Liberdade.


Ai que prazer

Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
Mais que isto É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa.

sábado, 27 de junho de 2009

Mão na mão*

Abraço. Compreensão. Amizade. Segredos. Partilha. Risos. Lágrimas. Promessa. Mão na mão. Um sentimento inexplicável, desde o primeiro dia.
Porque acreditas mais em mim do que eu própria, porque tens sempre as palavras certas mesmo quando eu não estou à espera, porque me tornei canha contigo e porque eu também acredito em ti, mais do que possas imaginar.


Só contigo faz sentido, não te esqueças. Adoro-te.








P.S: Não penses que é por isto que te perdoo todas as vezes que te tornaste insuportável com o trabalho de Design. <3

segunda-feira, 22 de junho de 2009

E Agosto, demora a chegar?

Três imagens que dizem mais do que todas as palavras da Constituição de 1822.

Alguém partilha isto comigo? hum? anyone? -.-"




domingo, 21 de junho de 2009

Cronicando

Olho pela janela pequena, à minha frente. É Outono e já chove. Vejo as nuvens cinzentas a correr no céu e depressa fica escura, esta manhã de Novembro. Vejo guarda chuvas abertos, formando um manto colorido passeio acima, e vejo as pernas das pessoas debaixo deles, que cada vez se apressam mais porque a chuva de hoje parece que vai ser daquelas sérias que, quando as há, as ruas desta cidade ficam desertas e tornam-se propriedade absoluta e legítima das gaivotas que as sobrevoam.
Estou numa enfadonha sala de espera de um consultório médico à espera de vez para uma consulta no dentista. Calculo que seja a quarta no espaço de um mês. Não percebo que raio de íman usam estes seres de bata branca e broca na mão para atraírem o resto do Mundo: basta uma vez e já não há remédio: fica sempre algo para tratar numa próxima consulta.
Estou aqui há séculos. A senhora ao meu lado fala para outra, dois lugares adiante:
- O meu marido, que Deus o tenha, acompanhava-me sempre às consultas. Nunca faltou ao trabalho, nunca disse palavrões e até era um bom sogro. Vendia saúde, e deve tê-la vendido mesmo até se esgotar, porque naquela malfadada noite quis usá-la e não a encontrou em lugar nenhum.
Pelo meio da conversa, uma ou outra referência à taberna de um tal Senhor Silva e a algumas madrugadas findadas com um estrondoso bater da porta, um bafo insuportável e um olho negro. Fora isso, o finado marido da senhora ao meu lado era um santo. Talvez esteja, neste preciso momento, sentado numa nuvem a tocar harpa, enquanto ouve a conversa terrena da mulher. (Espero que não haja tabernas nem Senhores Silva no Paraíso).
A cadeira da sala de espera, onde eu já vou ganhando raízes, situa-se perigosamente perto dos balcões de atendimento, de tal forma que desliguei da conversa melancólica daquela senhora e desloquei o meu foco para o outro lado. As funcionárias discutiam as extensões do cabelo de uma colega, que exibia o seu novo penteado como se de um Prémio Nobel se tratasse. As extensões foram aprovadas por consenso geral, e fiquei também a conhecer o motivo de tal mudança de visual e de tantos euros gastos: o namorado achava que ela devia esforçar-se para parecer mais sensual.
Como as actrizes pornográficas – pensei com os meus botões. E logo surgiu perante mim a imagem de um homem com o último botão da camisa aberto e a palitar os dentes, que já estão da cor do semáforo do meio, enquanto enrola o bigode.
Olho pela milésima primeira vez para o relógio de parede, numa tentativa infrutífera de dissolver aquela imagem medonha. A senhora ao meu lado roda a aliança, recordando o seu querido marido morto e eu vou imaginando a das extensões em poses sensuais, com certeza difíceis de conseguir para um ser tão esguio e com uma verruga no queixo.
Concluo que tudo o que existe termina numa sala de espera, e o Mundo aguardará vez, enquanto existirem rostos sem sorrisos e mulheres com extensões, cuja bagagem cultural se mede pelo conhecimento de poses sensuais e uma gama policromática de vernizes para as unhas.
Catarina Campos, Novembro de 2008.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

É a gozar, certo?

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=373278

Portugal, um país democrático desde 1974. Só que às vezes é a dobrar.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sem título.

O sonho de há um ano está demasiado real. E demasiado pesado. Percebi-o quando perdi motivação, quando fui dormir com coisas por fazer e quando tive saudades do eu que eu era.
A minha vida parece suspensa e prestes a rebentar. Não como um balão, mas como uma almofada de penas. Demasiado suave, demasiado leve, demasiado "sem ter os pés assentes na terra", como sempre foi.
E se um dia eu disser que... Não, hoje não.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Antes do previsto, o cansaço.

Se há coisa de que estou certa é que daqui a umas (poucas) horas,a distância entre a minha cama e a porta da rua vai ser o maior percurso do mundo.





Vou dormir. Hoje é outro dia. E também tem 24 horas.


Adeus.