(Três) Conto sempre no calendário os dias que faltam para não sei bem o quê. (Dois) E quando o nao sei bem o quê se aproxima começo a contar pelos dedos das mãos. (Um) E depois conto as horas e os minutos pelos ponteiros do relógio, tic tac. (Zero) Passou.
E eu chego à conclusão que gastei mais tempo a pensar na passagem do tempo do que em saborear o momento. Quero sempre voltar atrás, fazer diferente, aproveitar, repetir. Acho sempre que podia ter rido mais, falado mais, dançado mais, dormido menos.
O tempo é vagabundo. O tempo droga-nos com o seu passar silencioso, percorre todas as memórias e vai com a brisa. Veste-se com tons discretos e canta baixinho, anda solteiro e morre só.
Mas não, o tempo não passa depressa demais. Nós é que não pensamos muito nele, senão no dia em que ele acaba.