domingo, 17 de maio de 2009

As saudades que eu já tinha.

Nos últimos meses quase já não te conheço. Na verdade, tenho passado cá muito pouco tempo, talvez só as noites, em casa.
Hoje percebi que a mudança radical na minha vida me fez perder o teu crescimento. Da janela do carro, vi prédios novos, lojas que não estavam ali, restaurantes sofisticados. Vi um empreendimento com campo de ténis e piscina que parece que é dos melhores das redondezas.
-" Já abriu há tanto tempo, Catarina!"
Vi aquele edifício, ao qual eu já não posso chamar escola, a minha escola. Porque já não pude ver os pavilhões velhinhos, gelados, onde chovia. Vi as gruas, os ferros, os contentores. Parece que vai ser a escola do futuro. Eu preferia que fosse apenas e sempre a minha escola: velha, pequena demais para nós, acolhedora e nossa. Sim, já não me lembro da última vez que lá fui, por isso, acaba aqui. Já acabou.
O Sameiro, jardim de todos os amores. E de todos os charros. Lembrei os beijos, as juras de amor eterno. Aquelas árvores que guardam tantos segredos. Nossos. Deles. De tantos.
O Nova Onda. O Cinemax. O Arquivo Municipal. As lojas dos chineses. O Jardim dos Namorados. O Cantinho da Moninha e as sandes de frango. O Etcetera. E etecetera.
Lembrei e tive saudades.
No fim, senti que guardas memórias demais, sentimentos demais, lágrimas demais, sorrisos demais e vida demais para que eu, algum dia, te possa esquecer.












Descobri um Porto, mas o abrigo de tantas vezes... foste tu.
Cidade da pena. Mas da pena fiel.

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