Hoje percebi que a mudança radical na minha vida me fez perder o teu crescimento. Da janela do carro, vi prédios novos, lojas que não estavam ali, restaurantes sofisticados. Vi um empreendimento com campo de ténis e piscina que parece que é dos melhores das redondezas.
-" Já abriu há tanto tempo, Catarina!"
Vi aquele edifício, ao qual eu já não posso chamar escola, a minha escola. Porque já não pude ver os pavilhões velhinhos, gelados, onde chovia. Vi as gruas, os ferros, os contentores. Parece que vai ser a escola do futuro. Eu preferia que fosse apenas e sempre a minha escola: velha, pequena demais para nós, acolhedora e nossa. Sim, já não me lembro da última vez que lá fui, por isso, acaba aqui. Já acabou.
O Sameiro, jardim de todos os amores. E de todos os charros. Lembrei os beijos, as juras de amor eterno. Aquelas árvores que guardam tantos segredos. Nossos. Deles. De tantos.
O Nova Onda. O Cinemax. O Arquivo Municipal. As lojas dos chineses. O Jardim dos Namorados. O Cantinho da Moninha e as sandes de frango. O Etcetera. E etecetera.
Lembrei e tive saudades.
No fim, senti que guardas memórias demais, sentimentos demais, lágrimas demais, sorrisos demais e vida demais para que eu, algum dia, te possa esquecer.
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Descobri um Porto, mas o abrigo de tantas vezes... foste tu.
Cidade da pena. Mas da pena fiel.
Catarina... :')
ResponderEliminarQue bonito.